28/02/2015 23:48
“NÃO PERFURAR E NÃO DEIXAR QUE SE PERFURE”
Titulo: O Escândalo do Petróleo e Georgismo e Comunismo
Autor: Monteiro Lobato
Editora: Globo Editora
Categoria: Ciências Humanas e Sociais / Política
Ano: 2011 - Edição: 1ª - Páginas: 216
Em "Georgismo e comunismo" o autor apresenta o pensamento econômico do norte-americano Henry George, como forma de promover avanços sociais numa democracia capitalista e assim evitar a ameaça comunista.
SINOPSE:
Neste livro Monteiro Lobato revela os bastidores da campanha prol da exploração do petróleo em terras brasileiras, demonstrando todo seu nacionalismo e favoritismo à exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
Animado com a experiência vitoriosa dos Estados Unidos, o escritor consultou especialistas, reuniu capital junto a pequenos investidores e fundou empresas de prospecção.
Dedicou dez anos à tarefa de descobrir nosso óleo combustível, mas acabou derrotado pelos interesses de grupos estrangeiros apoiados pelo governo Vargas.
A verdadeira epopéia é resgatada nesse livro que tirou algumas edições de circulação entre 1936 e 1937, até sua proibição pela ditadura do Estado Novo e volta posterior com a abertura do regime.
Fechado o volume, Lobato tenta mostrar que a doutrina de Henry George baseada no “Imposto Único” sobre a terra improdutiva resolveria de uma só penada, os graves problemas do país.
E tudo isso, diz ele, com vantagem de não alterar a ordem social, que permaneceria intacta, longe de uma revolução dos modos soviéticos, perspectivas assustadoras naqueles tempos de início da Guerra Fria.
SOBRE O AUTOR:
Nome Completo: José Bento Monteiro Lobato
Nascimento: 18 de Abril de 1882
Natural: Taubaté / São Paulo
País de Origem: Brasil
Monteiro Lobato escritor, romancista e jornalista brasileiro
Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô.
Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em "Urupês", publicado em 1918, apresentando seu personagem de criação: Jeca Tatu, o caipira brasileiro.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, fundando em 1918 a "Monteiro Lobato e Cia", primeira editora brasileira.
Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Lobato é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado.
Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
"O Sitio do Picapau Amarelo" é uma de suas obras de maior destaque na literatura infantil, com seus personagens inesquecíveis como Emilia, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Anastácia, Narizinho, Pedrinho e outros mais, que até hoje encanta adultos e crianças.
Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, como: "O Choque das Raças", "A Barca de Gleyre", "Zé Brasil", "America", sua obra completa compreende 30 volumes, sendo 13 de assuntos gerais e 17 de literatura infantil.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.
VOCÊ SABIA?
Monteiro Lobato nasceu no ano de 1882, mas jurava de pé junto ter nascido em 1884.
Seu nome verdadeiro era José Renato Monteiro Lobato, mas em 1893 adotou o nome de seu pai, José Bento, por desejar usar uma bengala do pai que continha no punho as iniciais JBML.
O Dia Nacional do Livro Infantil é comemorado no dia 18 de abril, em homenagem ao seu aniversário.
Pedrinho é o personagem que o autor se identificava quando criança.
Cético, tinha como um de seus ditos preferidos o de "não acreditar em nada por achar tudo muito duvidoso".
Em 1904 se formou em Direito pela USP, na sua festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala
Postado por Liz Petermann
https://eu-amo-leitura.blogspot.com.br/2012/09/semana-nacional-o-escandalo-do-petroleo.html
O LIVRO
O Escândalo do Petróleo foi escrito e publicado em 5 de agosto de 1936 pela Editora Nacional. Os cinco mil exemplares sumiram como pão quente. Em 14 de agosto soltaram uma Segunda edição com mais cinco mil que também desapareceram, levando os editores a lançar a terceira edição com dez mil exemplares.
O livro tinha uma dedicatória às Forças Armadas brasileiras dizendo: "Exércitos, marinhas, dinheiro e mesmo populações inteiras nada valem diante da falta de petróleo". O livro é um protesto indignado contra a burocracia federal que "não perfura, nem deixa que se perfure" para encontrar petróleo, e uma denúncia à ação das grandes empresas estrangeiras assim como a submissão de nossas elites aos interesses delas.
Quando reunido nas obras completas da Brasiliense esse livro já estava na sua décima edição.
O Ferro completa esse volume com o relato da luta de Lobato para o uso de solução brasileiras para a exploração do minério do ferro. Para ele, Volta Redonda não era a solução mais apropriada e defendia que o grande futuro da nossa siderurgia estava na redução dos óxidos de ferro em baixa temperatura. A primeira edição desse livro é de 1931 e foi outro grande sucesso de vendas.
No prefácio do volume que reúne esses dois livros, o editor, Caio Prado Jr., destaca que "o seu pensamento (de Lobato) não ficou pairando no mundo dos sonhos e dos projetos e prédicas. Transformou-se em ação; e seu ideal de melhorar a sorte do povo brasileiro, de regenerar o seu Jeca Tatu, materializou-se num negócio de grandes perspectivas e amplas possibilidades".
https://www.projetomemoria.art.br/MonteiroLobato/bibliografialobatiana/direita.html
“O petróleo é nosso”, as derradeiras palavras de Monteiro Lobato. >> Leia mais
A PÁTRIA
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos
Que se balança no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com seu suor a fecunda e umedece,5
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!