NOEL ROSA II
Um violão, um amor e sobretudo: uma amizade
Uma história de amizade de Noel Rosa jamais antes revelada.
Tudo começou com duas paixões em comum: samba e cerveja.
Nelson Caravello filho de Nicolau Caravello, um Arquiteto Italiano que se apaixonou pelo Brasil e escolheu para morar no bairro referência do "Poeta da Vila".
E Nelson, como típico morador do bairro Vila Isabel sempre fora apaixonado por uma cerveja gelada e uma boa música brasileira. Sua amizade com o músico e compositor Noel Rosa nasceu do cotidiano. Freqüentavam os mesmos bares, botecos, barbearia e até mesmo, a mesma banca de jornal. Do costume de encontrarem-se todos os dias, nasceu uma amizade. Nelson e Noel deixaram de ser apenas conhecidos e, todas as noites, encontravam-se para jogar conversa fora, beber cerveja e, para alegrar, fazer o que Noel fazia de melhor: compor e cantar.
Em um desses encontros, Nelson avistou uma moça. Diferente de tantas outras que passavam em frente ao bar, essa realmente lhe chamou a atenção. Não tardou a descobrir o seu nome: Clotilde Gomes, parecia tímida e extremamente reservada. Em seguida, descobriu o seu endereço. Como todos se conheciam no bairro, não foi difícil encontrar alguém que o dissesse onde a moça morava.
Foi então que a amizade de Nelson e Noel se fortificou. Passaram a se encontrar em frente a casa de Clotilde e, todas as noites, faziam a moça uma serenata. Com apenas um violão, e músicas compostas por Noel, Nelson declarava seu amor. Noel o acompanhava e incentivava, noite pós noite.
O tempo passou e Nelson não tinha mais tanto tempo para bares e botecos. De noivado marcado com Clotilde, aparecia pelo bar apenas para fazer uma breve companhia a seu amigo, entretanto, Noel Rosa nunca desvalorizou a sua amizade. Um dia, o presenteou: um de seus primeiros violões, o mesmo que, junto de Noel, o ajudara a conquistar a mulher com que iria se casar.
Noel Rosa, aos vinte e seis anos de idade faleceu, mas, jamais fora esquecido. “Me lembro como se fosse ontem, eu e minhas irmãs colocávamos a canção "Até Amanhã"’, e meu avô chorava como se fosse uma criança"! Batia a mão no peito e com muito orgulho dizia: "Ah Noel, meu amigo Noel!” Conta Ana Paula Caravelo Neumann, neta de Nelson Caravello.
É engraçado pensar no número de amigos que passaram pela vida de Noel cujas histórias nos são desconhecidas. Nelson conquistou Clotilde com ajuda de Noel e, se não fosse pelo amigo e seu violão, quem sabe, essa história não estaria sendo publicada. Até porque, Nelson Caravello era, e sempre será, meu bisavô.
Por: Ana Clara Caravello Neumann
⇔ Ana Clara Caravello Neumann - Bisneta de Nelson Caravello e Estudante de Comunicação na PUC-RJ.
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Imagem de Nelson e Clotilde (acima à direita) em Concílio Ecumênico realizado no Rio de Janeiro ano de 1955 - álbum de família
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